Catalogado como o bem mais precioso, ainda que autónomo mas em constante gestão, é sem dúvida importante olharmos para ele.
Tendemos muitas vez a dar-lhe exclusividade sem avaliar as repercussões.
Começa cedo, periodizamos o que nos faz sentido, sem sabermos muitas vezes se é o certo. Em pequenos parece eterno, permite-nos brincar, conhecer o Mundo, sem lhe sentirmos os ponteiros.
Com a adolescência iniciamos o processo de escolha, abdicamos muitas vezes do tempo dos pais em troca do passado com os amigos.
Não sendo consciente, é uma decisão , normalmente invertida na idade adulta, quando em consciência sabemos que gerir o tempo da forma certa é tão importante quanto usufruir da nossa felicidade.
A idade torna-nos selectivos, mas também desligados, a lista dos inúmeros amigos, reduz-se por vezes nem numa mão cheia.
Chegam os namorados, que rapidamente preenchem o tempo que anteriormente era distribuído por essa mão.
Concentramos num elemento só a responsabilidade de dividir aquilo que não volta atrás, que não cresce, e que infelizmente não tem uma validade definida.
Nesta opção não existe o certo ou o errado, existe apenas a noção que podemos estar a perder partilhas que também nos fazem falta.
Quando chegam os bebés complica aquilo que até então era simples, a gestão do tempo, que dependia apenas de nós.
Se é tido que eles precisam de nós, é sabido que nós precisamos do Mundo para estar bem para eles.
E é aqui que é fundamental o equilíbrio, sabermos que o tempo que não dispensamos aos outros, eles podem um dia bloqueá-lo para nós.